O Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul) realizou na tarde desta quinta-feira, na Expointer, reunião com representantes da cadeia produtiva do tabaco, que estão preocupados com os desdobramentos da 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT), que correrá entre os dias 20 a 25 de novembro, no Panamá, e que poderá trazer impactos negativos para o cultivo da cultura.
De acordo com a secretária-executiva do Codesul, Micheli Petry, será marcada uma reunião na semana que vem da Comissão Permanente de Agricultura do Codesul, presidida pelo secretário de Agricultura do RS, Giovani Feltes, quando serão avaliados todos os pleitos da categoria e definidas as estratégias de atuação. “Vamos elaborar um dossiê com urgência para encaminhar ao governo federal. Os quatro estados do Codesul têm, juntos, muita força política e precisamos usar isso”, disse ela.
Os representantes dos fumicultores foram unânimes ao dizer que as propriedades rurais estão diversificadas atualmente, porém o tabaco ainda é a cultura que melhor remunera os agricultores. “Os agricultores plantam alimentos, mas não teriam condições de sobreviver sem o tabaco. Não podemos ficar parados esperando o que vai acontecer. Uma das partes é a cadeia produtiva e precisamos que sejamos considerados como ouvintes para defender a nossa causa”, defendeu o presidente da Afubra (Associação dos Fumicultores do Brasil), Marcilio Drescher.
O deputado federal Marcelo Moraes fez um alerta aos presentes. “Ontem foi recriada a Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco e de seus Protocolos (CONICQ) e a indicação para a presidência é de uma ativista antitabagista que vai falar em nome do Brasil na convenção. Estamos pedindo socorro, pois se estes estados que dependem da produção não fizerem uma movimentação junto ao governo brasileiro, temos medo que a cadeia produtiva do tabaco tenha um prejuízo muito grande. Nossa sugestão é que possamos fazer parte da Conicq para fazer o contraponto”, afirmou. Conforme Moraes, muito mais importante é que o governo federal discuta na convenção medidas para combater o contrabando, uma vez que 57% dos cigarros que entram no país chegam ilegalmente, o que representa um prejuízo de R$ 10 bilhões aos cofres públicos.
Para o deputado estadual Elton Weber, foram usados artifícios errados para justificar um posicionamento ideológico. Ele sugeriu que o trabalho produzido por uma sub-comissão na Assembleia Legislativa seja entregue ao Codesul e que os governadores reivindiquem dois ou três assentos na Conicq para que os produtores possam ser ouvidos.
“O governo federal que deveria estar defendendo a cadeia, pois exportamos 90% do produto produzido vem tomando medidas contra o setor. Desde o início do ano, o setor está bem alinhado com a ajuda dos parlamentares, que criaram uma subcomissão que realizarou sete audiências nos municípios produtores com o objetivo de levar o posicionamento para o governo federal”, afirmou Valmor Thesing, vice-presidente de Relações Industriais do Sinditabaco.
Participaram da reunião também o secretário de Agricultura de Santa Catarina, Valdir Colatto; Vânia Oliveira Franco, secretária do Codesul de Santa Catarina; Magda Correa, secretária do Codesul do Mato Grosso do Sul e Orlando Pessuti, secretário do Codesul do Paraná.